Carlos Boechat
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ABUSO SEXUAL E ORIENTAÇÃO SEXUAL

17 06 12 - Abuso sexual e orientação sexual.

"Dos 8 aos 10 anos sofri abuso sexual, eu  sofri muito pois nunca tive coragem de falar sobre isso com ninguém, pois minha mãe só notava o que queria, com isso eu me fechei tanto que eu não consigo permitir que os homens se aproximem de mim sem que eu sinta nojo ou raiva. Assim nunca tive um namorado ou fiquei com alguém. Com esta atitude as pessoas pensam que eu sou gay o que me causa muita dor,porém eu sei da verdadeira  razão (triste razão)! O que me aconteceu no passado teria a ver com o que me acontece hoje? Há algum tempo mais recente tenho notado que sinto prazer quando vejo o nu feminino ,não sinto o desejo de ter ou amar essa mulher porém eu sinto  atração que me leva a masturbação. Então, eu sou gay? " (mulher 35 anos)

Existem coisas na vida que realmente não deveria ocorrer, dores que não deveriam ser experimentada. Essa é uma delas! Além do abuso, dor física e estranheza ocorrida, a sensação de solidão de não poder contar com quem deveria proteger traz sérias consequências psicológicas com repercussão no corpo criando as chamadas doenças psicossomáticas.

 Na minha prática clínica percebo sintomas os mais diversos tais como depressão, fibromialgias, disfunções sexuais, inseguranças emocionais e vários outros distúrbios geradores de infelicidades.

Nesse exemplo o trauma ocorreu levando-a a um distanciamento das relações afetivas e sexuais com os homens, para isso é necessário um serio e profundo tratamento psicoterápico utilizando técnicas de dessensibilização imaginária e reprocessar o trauma com estimulação bilateral do cérebro (EMDR), além de muito apoio, trabalhos com raiva e abandono. Assim, quem sabe ela conseguirá reorientar sua vida. Quanto a questão da atração homoerótica que ela nos relata, penso que não significa uma orientação sexual.

Como o estimulo erótico masculino está bloqueado pelo trauma, ela busca, inconscientemente, algum estimulo erótico para poder ter algum prazer sexual é provável que ao encerrar o bloqueio ela nao venha a ter esse desejo, ou ela o manterá, mas terá sua sexualidade voltada para a heterossexualidade. Difícil de predizer! São apenas possibilidades. Não somos máquinas que as dores se passam, a desconfiança desaparece com um click.

 A construção de relações saudáveis leva um tempo e se ela tiver sorte de encontrar nesse processo homens adequados, seguros que não queiram aproveitar de sua inexperiência e aumentar todos os sintomas, ela poderá experimentar outros prazeres e amores.

 Dizem que Deus nos manda anjos para nos ajudar em nossa caminhada por essa Terra, se isso é uma verdade quando ela quiser do fundo do coração resolver essa questão haverá um bom homem para isso. Por outro lado, ela também pode experimentar as relações homoeróticas e verificar se suas fantasias são prazerosas quando concretizadas, sempre há possibilidades, focarmos em solução e não somente nas dores é um bom caminho.

Lembrando que atualmente existe tratamento psicológico em postos de saúde, alguns planos de saúde e nas clínicas das faculdades de psicologia.

Há dores na nossa alma ou na psiquê que não são possíveis de lidarmos sozinhos.

 

 

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