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SEXO AOS 50 ANOS
07/05/2013 21:22:30

Sexo aos 50 anos

Tenho 50 anos e percebo que a necessidade imperiosa de sexo tem diminuído, por outro lado estar com a mulher que amo, apreciar o belo do dia a dia tem sido muito bom. Está certo isso?

O homem ou mulher de 50 anos ou mais, já amou e foi amado, continua amando, teve vários relacionamentos, sofreu, viveu varias situações intensas em sua vida. O sexo é uma parte importante para os homens. (não que não seja para as mulheres!) Parece que além do prazer que proporciona, ele 

define e fortalece o que se entende por masculino. A testosterona, hormônio masculino, impulsiona para esse maior desejo, enfim, como dizem as mulheres, o homem só pensa naquilo. Hormônio e cultura fazem a mistura que somos.

Face às experiências sentidas durante a vida, a prática sexual pode deixar de ser o foco por ter percebido que há mais na vida do que o orgasmo ou a vaidade de provar que é homem. Esses entendem que os prazeres estão em outras formas de expressões. Alguns só tiveram a oportunidade de amar na meia idade e quando o experimentam tendem a envolverem-se intensamente deixando a prática sexual como um acessório dos múltiplos prazeres que experimentam.  Somente quando amam conseguem prestar atenção ao sorriso, à textura da pele da amada, a beleza do dia de sol. Entregam-se a sensações e sentimentos que a juventude não permitia por terem que provarem o tempo todo que eram os machos. Aos 50 anos já se sabe, não precisam provar nada.

Importante lembrar que a partir dos 45 anos é comum iniciar a queda da testosterona diminuindo o desejo e em alguns casos a ereção. Precisamos entender que o processo de envelhecimento nos transforma e que o tesão dos 30 anos não será o mesmo. Diminui-se a intensidade, mas não a manifestação.

No caso de perdas eretivas frequentes a reposição hormonal pode ser indicada, mas tudo com sério critério médico. Necessitamos de estímulos eróticos adicionais, que nossa amada nos toque com mais intensidade, que manifeste mais desejo por nosso corpo, desta forma a ereção se torna mais rápida e permanente.

Quando estamos enamorados ou apaixonados sentir a pele, o cheiro e o orgasmo é algo que beira o divino. Contudo, estar ao lado da pessoa amada, vendo a vida como ela vê, compartilhando suas impressões da vida já tão vivida, apreciando as belezas do cotidiano que a luta do trabalho e das obrigações impediam tende a dar um colorido especial à vida. Como uma tela de aquarela: pinceladas simples, suavidade diluída, traços despretensiosos construindo uma realidade de leveza e beleza impar.
Então, não há nada de errado em você se descobrir com menor frequência sexual, mas sentindo-se mais vivo, mas atento aos outros prazeres possíveis que a luta de toda uma vida lhe oferece como prêmios por tantas vitórias e derrotas.

A GOIABA DO VIZINHO SEMPRE É A MELHOR?
07/05/2013 20:51:25

A goiaba do vizinho sempre é a melhor?

Corri o risco de trair meu marido e percebi o quanto que foi melhor. Estou morrendo de medo de acabar meu casamento por isso? Meu esposo tem tantas qualidades e acho que eu ainda o amo. 

Um amigo ofereceu-me uma taça de um vinho que custa R$1.200,00 a garrafa. Assustei-me, meus olhos brilharam, minha boca encheu de água, minha mente de desejos. Estava inteira para aquele momento. Mas, a sabedoria que às vezes me acompanha, cochichou em meu ouvido: "e depois, como conseguirá beber o vinho que você pode pagar". A frustração abateu-me, a realidade secou minha boca, meus olhos viram só o que era possível e, elegantemente, disse ao amigo que estava tomando antibióticos e que ficaria para outra oportunidade. Pedi um suco de fruta.

Quando entramos em uma aventura sexual temos que ter a noção dos riscos que tudo isso envolve: doenças, gravidez, agressão, orgasmo, alegria e a comparação.

Quando comparamos algo novo com o cotidiano este tende a perder. A pessoa, o corpo, o cheiro, o sexo novo traz uma experiência intensa e diferente. Precisamos aproveitar o momento, o segredo, as possibilidades que surgem e que podem não aparecer novamente. Enfim tudo nos excita.

O sexo do cotidiano faz-nos sentir mais calmo, menos intenso uma vez que se não der para ser hoje faremos em outro dia. O corpo já é nosso conhecido, as posições sexuais tendem a serem as mesmas, enfim, a rotina tem outro sabor. Mas é a possível!

O sexo com o parceiro novo é bom enquanto for novo. Breve o novo vira rotina como qualquer outro. Precisamos nos perguntar se queremos uma pessoa bacana conosco ou estamos em busca de fortes emoções? As duas, muitos dizem. Acredito que há pessoas que consigam essa façanha de unir fortes emoções com a rotina. Para isso ambos têm que estarem muito determinados, envolvidos na contínua tarefa de buscar e produzir essa novidade.

Mas os leitores comuns, que têm filhos para criar. Contas a pagar. "Leões a matar" todos os dias acabam deixando essa energia criativa do sexo para a sobrevivência pessoal e da família. Outros valores vão sendo editados, outras metas a serem atingidas contentando-se com uma relação sexual mais comum, menos intensa e freqüente.

Comparação leva ao prejuízo. Experimentar uma relação extraconjugal com todos os riscos e culpas precisa ser encarada como uma aventura, um extra de seu cotidiano e não uma possibilidade de novo encontro.  Percebo que muitas mulheres tendem a associar o sexo ao amor e ao romantismo e assim fazendo correm riscos ainda maiores de perderem as boas relações já construídas. Escuto elas dizerem que se "buscou fora de casa era porque em casa estava ruim". Penso que isso é mais um discurso que justifica do que a verdade. Por outro lado, escuto de tantas outras que conseguem separar sexo e afetividade e tem a prática extraconjugal como uma diversão corporal, uma experiência aventureira e excitatória. Essas mulheres não pensam no momento em separarem de seus maridos. Sexo como diversão somente isso!. Esse grupo não são tão frequentes como o anterior, mas existem e crescem a cada dia.

O mais comum são mulheres que traem culpabilizam-se moral ou religiosamente e comparam, achando que o novo príncipe é melhor do que aquele que mora em seu castelo. Seu mundo desaba, surgem as fantasias de uma nova vida, novas emoções e novos castelos. São fantasias longe de uma realidade que traz as variáveis constantes e intrínsecas da vida a dois. Podemos variar, somos livres para fazer o que queremos, mas tudo tem um preço e tudo tem uma forma de ser e... "Nem tudo que nos é lícito nos convêm".


O QUE É VIRGINDADE?
07/05/2013 20:39:07

O que é virgindade.

Namoro com uma garota por pressão dos meus pais por ela ser crente. Fiz sexo oral e ela ficou com nojo. Depois coloquei um dedo em um lugar que acho que era vagina e ela sentiu muita dor. Será que ela é virgem ainda? Será que ela ta me enrolando com esse papo de virgem?

Teoricamente a virgindade é a presença do hímem - pele fina que fica na entrada da vagina.  Pode ser de varias formas, mas em sua maioria já tem alguma perfuração para permitir a passagem do sangue menstrual. Há casos de jovens que necessitam fazer perfuração artificial com bisturi médico, mas são casos raros. Há casos de mulheres que nascem sem hímens e há aquelas que os hímens não se romperão nos primeiros coitos - chamados hímens complacentes.

Partindo dessa definição será que podemos dizer que uma mulher é virgem pela presença ou ausência de seu hímem? E aquelas que nasceram sem hímens, que não sangraram na primeira relação terão que passarem pelos constrangimentos das dúvidas? Ou terão que mentirem afastando as verdades dos encontros amorosos?

Fazer sexo oral, sexo anal mantém a mulher virgem? Mesmo com seu hímem e vagina intacta? Quando converso com adolescentes em palestras eles declaram que as mulheres não são mais virgens a partir do momento que elas fazem outras formas de sexo. Palavras dos jovens!

Nosso leitor namora sem interesse e está transformando o sexo na meta desse encontro. Não havendo o afeto o relacionamento se materializa, os valores pessoais deixam de serem importantes e as qualidades da moça - ser crente – é mero detalhe.

Os homens, via de regra, têm interesses em mulheres virgens para serem os que inauguram a vida sexual delas, para não serem comparados com outros homens e outros pênis e assim sentem-se grandes, fortes e viris. Mas e a mulher?

A moça queixa-se de dor com a inserção do dedo, tem nojo do sexo oral dele nela. Ou seja, Ela não está preparada para o sexo neste momento de sua vida. Suponho que a orientação religiosa seja um dos fatores impeditivos, mas mesmo assim ela se permite constrangida, as investidas de seu namorado "contratado". Ele não está ali por causa dela, mas sim por ela ter uma característica religiosa que a faz uma "boa moça" aos olhos dos pais e dos adultos. 

A boa moça precisa sofrer com dor? A boa moça precisa agradar ao homem desagradando a si mesma? Penso que não.

Acredito que não basta ser crente para ser virgem e boa moça. Predicados pessoais independem de religiões. Há mulheres atéias que são virgens por convicções, por escolhas e não imposições ou ameaças de danações infernais.  Ela precisa de orientação de seus pais sobre a temática sexual, sobre as intenções masculinas, conhecer seu corpo, estima adequada para conseguir dizer não, se assim o quiser.

Por outro lado esse rapaz pressionado ao namoro também deveria receber informações sobre o que é respeito, sobre o corpo feminino, sobre valores e além de tudo ser respeitado como pessoa com poder de escolha. Em pleno século XXI pressões religiosas para relacionamentos amorosos são absurdas e como conseqüências estão trazendo dores e infelicidades. Mas eu tenho um consolo: O jovem escreveu para o meu email. Ele lê os artigos sobre sexualidade nessa Revista, então acredito que há chance dele avaliar melhor sobre seus atos, sobre a moça que está com ele e sobre a imposição que está sofrendo. Pensar sobre nós mesmos são caminhos que clareiam nossos equilíbrios emocionais.

 

MUDANÇAS DE DESEJOS
07/05/2013 20:37:48

Mudanças de desejos

Sempre tive uma boa relação sexual com meu marido, depois da gravidez não fazemos mais sexo. Ele diz que engordei, embora não me veja assim e admito que não sinta mais desejo por ele. Somos bons amigos, mas não sinto tesão. Por que após a gravidez aconteceu isso?

Vários fatores podem diminuir o desejo sexual em um casamento, tais como: a rotina, mudanças corporais, falta de tempo, de admiração, problemas hormonais e outros desejos. Nossa leitora relata vários deles por isso não podemos dizer com precisão o que esteja acontecendo.

Quando a mulher engravida, alguns homens sentem receio da prática sexual por temer tocar o feto com o pênis e machucá-lo (puro mito), a  grávida às vezes tem enjôo, cansaço e não se interessa por sexo uma vez que vive para o  seu momento. Tende a não se enfeitar, esquece das necessidades sexuais do marido uma vez que ela não as tem. Dessa forma há um pequeno afastamento na relação conjugal. Se as bases dessa relação são sólidas, o amor profundo é uma fase que passa, principalmente quando ele engravida junto, ou seja, curte a barriga, interessa pelos assuntos que cercam o casal. Contudo quando há pendências na relação é comum o homem que se sente abandonado buscar outras parcerias para o sexo ou mesmo para ter uma atenção especial. Explica mas não justifica!  Em face desse afastamento as diferenças tendem a aumentar e os defeitos serem mais observados, enfim, perde-se a magia do amor, do respeito. Quando isso ocorre necessário que o par busque ajuda na terapia conjugal, em grupos de casais que discutem esse tema, ou até mesmo uma outra pessoa mais amiga e experiente para que possam terem um olhar de fora do calor das discussões.

O marido precisa entender que esse momento da gravidez e do primeiro ano de vida da criança tende a ser tenso para a mulher. Inexperiência da maternidade, mudanças corporais, inseguranças, conflito emocional por ter que se separar do bebe para o trabalho, enfim um turbilhão de emoções que interferem no desejo e práticas sexuais.

A esposa precisa entender que, se o marido não engravidou junto, ele não consegue entender sua prioridade, sente-se enciumado por não ter a atenção devida. Carente de sexo, de atenção, de importância. Tudo isso mexe com a virilidade e sua vaidade.  Penso que a esposa mesmo sem interesse em sexo genital, poderia sugerir algumas brincadeiras sexuais que o façam ter prazer e, além disso, tentar, várias vezes, explicar o que se passa nesse momento só seu.

As mulheres tendem a achar que os homens conseguem entender facilmente esse processo como se fosse natural para eles. Não o é! Há homens que não conseguem entender nada disso, pensando que é “frescura”, abandono e chatices femininas.

Outra questão comum na prática clínica é a mulher que, inconscientemente, casou para ser mãe e após ter atingido seu alvo desinteressa pelo casamento fazendo o possível para o homem distanciar e separar. Assim, ela sai de vítima e com seu filho nos braços.

Não posso esquecer também dos fatores hormonais que, em algumas mulheres, interferem em seus desejos sexuais. Há mulheres que não sentem desejos durante a gravidez, outras durante as amamentações e outras exatamente ao contrario, têm um fogo sexual como nunca. É somos seres plurais!

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