Carlos Boechat
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SEXUALIDADE DO JOVEM
27/10/2014 16:42:22

Todos os anos venho trabalhando com jovens em Instituição de Ensino particular desenvolvendo trabalho de orientação a sexualidade humana em um projeto intitulado “Sexualidade com Responsabilidade”. Com jovens do 6º ano do ensino fundamental ao 1º ano do ensino médio. Cada série com linguagem específica para a idade e com temas também adequados aos interesses dos alunos.  Percebo o quanto tem sido gratificante ver as mudanças de consciência corporal, respeito ao outro no decorrer dos anos e das turmas trabalhadas. Mas...

No 9º do Ensino Fundamental (13/14 anos), já se percebe o interesse por atividades como o primeiro beijo que eles chamam de tirar o BV(boca virgem), percebemos o inicio dos namoros e de toques mais íntimos inclusive sexo oral. Fica explicito que os rapazes estão assistindo filmes pornográficos e acreditando ser a verdade as cenas sexuais, passiveis de serem reproduzidas.  Perguntas fora de sua realidade e contexto em que vivem demonstram a informação desacompanhada do entendimento das cenas assistidas. As moças, tentando aprender a serem sensuais atrativas e muitas vezes inseguras e com alto estima baixa quando não conseguem nas festas “ficar” com alguém. Uma ditatura de comportamentos que não ajudam só desespera.

No 1º Ano do Ensino Médio a cada ano que trabalho na escola percebo um aumento de intimidade. Encontramos jovens tendo atividade sexual com seus namorados, geralmente escondido de sua família, moças tomando pílulas do dia seguinte como se fossem analgésicos, causando enormes transtornos à sua saúde. Rapazes não utilizando camisinha mesmo sabendo dos riscos e necessidades das mesmas. Por causa disso as estatísticas de contaminação com o vírus HIV crescem nessa faixa etária.

Acredito que os pais precisam se importar um pouco mais com o que seus filhos fazem. Sugiro que saibam realmente onde eles estão que busquem essa certeza ligando para o local aonde o jovem disse estar e lendo um pouco sobre sexualidade e adolescência para poder abrir o diálogo e poderem educar seus filhos baseados em fatos reais agregados aos valores morais e religiosos de cada família. Eles dizem que tudo sabem, adoram mostrar que somos ultrapassados, mas mesmo com o “mestre Google” eles precisam entender a informação e isso o “mestre” não proporciona. Assistir os filmes com os filhos, ir a algumas festas para sentir o ambiente, dar festas em casa para trazer os amigos para perto, ouvir suas músicas, enfim, “entrar na deles”. Pode não parecer, mas eles estão muito sós nessa caminhada afetiva sexual. Os jovens tímidos sofrem muito por não terem condições de competir e expressar como os outros, levando a depressão e suicídio nessa idade tão bela e conturbada. Os mais ousados perdidos com seus excessos, acreditando que tudo podem que valores morais não têm importância e que o corpo pouco significa.

Creio, também, que em épocas anteriores também eram assim, mas outrora não tínhamos tanto acesso a informações e possibilidades de encontro. Precisamos olhar com atenção nossos filhos apesar do nosso cansaço e falta de alguma esperança. 

ROTINA SEXUAL
27/10/2014 16:23:54

“Eu e meu marido tenho 60 anos, casados há 35 e recentemente peguei ele em sites pornográficos e de relacionamentos. Até aonde sei não ocorreu encontro. Isso perturbou muito minha segurança mas melhorou nosso relacionamento sexual. Por quê isso acontece?”

“O amor é uma coisa mais profunda que um encontro casual... o amor é uma coisa mais profunda que uma transa casual...” (Belchior)

Bonito ver que casais que prosseguem na Jornada da Vida. Em um mundo cada vez mais descartável e de pouca resistência à frustração vocês estão vencendo mais uma etapa. Casamentos longos têm historias de sabores e dissabores e sabedores de que a cada dor, por escolha, vamos cuidar um do outro mesmo com ódios, rancores. Há algo maior que tudo isso. O Amor; a escolha!

Nossa cultura prega uma certeza de que basta casar, basta ser sacralizado que o felizes para sempre acontece, como magia. Pouco se ensina a resistir à frustração, pouco se ensina os valores da parceria e cada vez mais a perenidade das relações torna-se o “normal” Mas vamos escrever aos heróis da Jornada.

O homem, via de regra, é muito visual para ter uma excitação sexual e necessita também de desafios e conquistas para sentir-se forte e viril. A mulher precisa ser cortejada, ser acariciada para sentir-se excitada. Com o passar do tempo, a diminuição do hormônio, a rotina e a visualização continuada do mesmo corpo tendem a enfraquecer o Desejo sexual e como consequência a pratica do sexo.

A busca de pornografia ou de sites de relacionamentos é uma forma do homem sentir-se mais excitado, tendo ou não contato físico. Às vezes só a visualização, a fantasia de uma possível conquista o faz motivado a buscar sua parceira ou mesmo resolver sozinho seu tédio sexual. O casal precisa ficar atento quando a prática sexual começa a ficar distante e sem graça. Brincadeiras, conversar sobre novas formas de amar e de excitar são necessárias. Não existe velhice para o sexo. Se ambos são saudáveis o sexo existirá, sempre. Mas para tanto o aumento da excitação e do desejo se faz importante.

O casal de muitos anos de convivência passou por tristezas, por problemas emocionais, financeiros, com filhos, perdas, em fim, um número grande de lutas e vitórias... Agora que a vida acalmou, filhos cresceram, problemas diminuíram, é chegado o momento de incrementar o sexo. Cursos de sensualidade, dança de salão, viagens e exercícios físicos a dois enfim, viver um para o outro com o foco de melhorar.

O corpo envelhecido guarda sabores e belezas que necessita ser explorado e aproveitado no seu potencial, sem comparações que geralmente são negativas e catastróficas. Brincar, rir, e toque... muito toque....das mais diferentes formas. Ver filmes eróticos juntos ou separados, mas sem o segredo que fere. Apenas o olhar da cumplicidade sabendo o para quê da exposição visual.

Acredito que quando um casal percebe que pode “nadar e morrer na praia” impulsiona a sobrevivência necessária de tão bela conquista. Vaidades a parte. Busquem-se. Apaixonem-se pelas possibilidades. 

PERDA ERETIVA
27/10/2014 16:06:56

 “Tenho 22 anos e desde o s 17 tenho perdas eretivas eventuais. Quando consigo ter ereção continuada não consigo ejacular. Só o faço com masturbação.”

 

Nosso leitor fala sobre ansiedade de desempenho e como sintomas temos a perda eretiva e a falta de orgasmo ou ejaculação como ele mesmo diz.

Quando falamos tecnicamente assim, não imaginamos a dor e o sofrimento que esse jovem está passando. Pelo e-mail que não reproduzi totalmente, o sofrimento dele perpassa a duvida em sua masculinidade quando pensa que pode ser um homossexual sem perceber até mesmo um inicio de depressão com possível supressão da vida. Perder a ereção ou não ser homem ,como ele pensa, é a completa nulidade do ser masculino. Sente-se, menos homem sem vontade de namorar de ficar com garotas por medo de falhar e ser ferido no que mais tem de sagrado – “O ser homem”.  Pelo que percebi , e posso estar enganado, e por isso sugiro uma psicoterapia o mais rápido possível,  nosso jovem desenvolveu sua perda eretiva na relação emocional com sua mãe. Relata que ela dizia sempre que ele não servia para nada, que fazia tudo errado, que ia ser um fracasso na vida. Essa “maldição” materna ecoa no seu interior de forma avassaladora. Penso que ele fica o tempo todo tentando mostrar para ele e para a sua mãe interna que ele serve para alguma coisa; que é o bom. Estuda muito, tira notas altas apesar do seu déficit de atenção e na universidade tenta ocupar todos os cargos estudantis. Se tornando muito visibilizado e desejado pelas colegas universitárias. Ele seria o tipo do rapaz “popular”, atraente, comunicativo, ou seja, o protótipo do homem desejado, e ele, por saber disso, acredita que tem que ser o melhor homem na cama, afinal, elas esperam isso dele.

Para ser sinceros leitores, tenho receio da integridade física desse que nos escreve, a possibilidade de uma depressão e possível suicido me aterroriza, afinal ele não está submetendo-se a cuidados psicológicos e psiquiátricos. Não se sentir homem, não se sentir potente faz com que muitos se sintam nada e o nada leva a anulação da vida.

A historia de vida de castração de sua potencia emocional pela figura materna, parece estar levando-o  a desenvolver uma ansiedade tão intensa frente a figura de outra mulher, a necessidade de agradá-la como não conseguia agradar a sua mãe, que desenvolve ansiedade intensa  e como consequência a perda eretiva. Sua dificuldade de gozar ou de ejacular demonstra sua intensa ansiedade mesmo quando consegue diminui-la a ponto de obter uma ereção. A ejaculação retardada é uma consequência de ansiedade assim como a ejaculação precoce.

Nosso leitor precisa urgentemente buscar ajuda terapêutica, e se estiver lendo esse texto, evitar a todo custo relações sexuais. Digo isso, pois a cada perda eretiva que tiver maior será sua angustia e ansiedade. Brincar, fazer sexo não genital, ser gostoso na cama para as moças que o querem pode passar por intensas carícias, sexo oral, digital e principalmente pedir que o acariciem por muito mais tempo, como se fosse fantasias sexuais.  Prestar atenção no prazer que parte do corpo recebe pode ajudar muito nessa fase.  E, se conseguir, tentar não pensar na ereção, não desejar ser o bom de cama, mas sim o cara legal, amigo, bonito e simpático que construiu em suas relações sociais.

 

 

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