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FALTA DE DESEJO SEXUAL
28/04/2014 19:08:36

“Tenho 26 anos e não tenho desejo sexual” (homem 26)

Em um e-mail extenso, o leitor relata que é casado, 26 anos e que sempre teve baixo interesse sexual inclusive masturbatório, casou achando que aumentaria por causa do amor, da disponibilidade e por achar sua esposa atraente. Apresenta perdas eretivas.

São Várias as possibilidades. Necessário que homens e mulheres portadores de disfunção sexual do desejo façam dosagem dos hormônios sexuais, hipofisário, tireoidiano, cortisol, além dos hemogramas tradicionais. Alimentação adequada e exercícios físicos são muito úteis para melhorar a condição física para o sexo. Se tudo estiver dentro da normalidade e a atividade sexual não se fizer satisfatória a  psicoterapia sexológica se faz necessária.

A disfunção sexual do desejo pode ser primaria quando o individuo nunca teve desejo sexual. Geralmente de causa orgânica ou fortes repressões e traumas infantis. Secundaria quando cessa o desejo após experimentá-lo por algum tempo. A origem pode ser hormonal ou psicológica.

Nas origens psicológicas encontramos mais comumente traumas infantis através de abusos sexuais, repressões religiosas que pregam o sexo como pecado ou cheio de normas de condutas que transformam o prazer em compromisso e peso em sua expressão. Temos ansiedade de desempenho, medo de não agradar, de não ser bom de cama que leva o(a)  jovem a travar sua expressão amorosa. Atualmente percebo jovens que por assistirem em demasia a filmes pornográficos, acreditam que a vida sexual é uma copia destes.  E é claro, que isso não é possível, portanto, a ignorância ou desconhecimento do próprio corpo e do corpo da parceira(o) contribuem para o desencontro do amor e da cama.

A primeira sugestão que dou a pacientes é que combinem com  quem ama a ficarem um período de tempo  conhecendo os próprios corpos. Fazendo carícias sem o compromisso de genitalidade, penetração etc. Assim prestando atenção ao que sentem, ao prazer que a pele propicia, ao cheiro, ao olhar  a excitação volta com mais força e principalmente, o sexo passa a ser algo natural (como é!) e tranquilo e não uma tarefa de performance  a ser avaliada. Sexo é encontro.

Há casos que não são simples de tratar. Problemas emocionais inconscientes, traumas profundos; que uma psicoterapia mais detalhada e longa se faz necessária. Cada ser tem sua complexidade, sua forma de encarar e resolver seus problemas e angústias. Não temos uma receita pronta. Se simples fosse, não seria necessário o profissional.

SER OU NÃO SER?
01/04/2014 20:20:38

Tenho 32 anos e ainda não consegui ter prazer sexual, meu namorado diz que eu sou muito travada e que precisava me soltar. O que ele quis dizer com isso?” (mulher 32 anos).

O que ele quis dizer com isso, não sei! Afinal só sabe quem o diz. Complexo pensar o que é ser uma mulher solta ou travada. Alguns homens, educados sexualmente por filmes pornográficos ou sexo virtual tem nas suas musas assistidas o modelo para suas mulheres reais. Esses, via de regra, estão sempre à busca da mulher perfeita na cama julgando de maneira muito tendenciosa suas parceiras casuais. Importante lembrar que tenho ouvido muitos relatos masculinos de que esse tipo de mulher “muito solta” não serve para casar e sim para namorar ou ficar. A justificativa é que essa mulher pode ser infiel com facilidade e avaliar seu desempenho. Admito certo incômodo quando ouço essas alegações, pois na minha cabeça, seria importante casar com uma mulher solta, com forte desejo sexual pois assim teríamos uma relação mais prazerosa, alegre e quem sabe duradoura. Acredito que o homem pensa assim por projetar na mulher suas próprias ações e desejos. “Ela fará o que eu faria ou faço”.

Uma mulher solta na cama, no meu entender, é aquela que gosta do que faz que não se intimida em tocar, criar, agir na relação. Sabe pedir, conhece seus pontos de prazer levando seu parceiro a tocar seu corpo de forma adequada. Além de ser atenta aos prazeres dele. Cada um buscando o seu e tendo prazer no gozo alheio. Seria uma troca de egoísmos levando ao orgasmo e a junção de almas como lucro final.

Na nossa cultura a mulher é educada para ser mais comedida e assim não assustar os homens e não ser rotulada de mulher “vadia” pelas “amigas”. Esses conflitos entre o desejo de expressar e as reservas culturais tendem a travar a espontaneidade do Encontro. Sugiro que os casais conversem, verbalmente, sobre o que pensam de tudo isso. Avaliem os medos e expectativas de cada um no encontro amoroso. Quais valores machistas e tradicionais cada um carrega e dessa forma, traçar um fazer adequado aos dois.

 

Sugiro que ambos conheçam mais sobre sexualidade, sensualidade e principalmente sobre seu corpo. Para as mulheres seria interessante se tocarem com mais frequência, descubram outras áreas de prazer, percebam como seus genitais reagem aos mais variados estímulos, pois só assim será possível compartilhar essa informação com ele. Lembrem, poucos homens conhecem verdadeiramente uma mulher. Boa parte conhecem mulheres imaginárias e estereotipadas das conversar de botequim. Caso a sensação de travar continue sugiro psicoterapia para compreender todo esse processo. 

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