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QUAL O TEMPO IDEAL PARA O SEXO?
26/06/2014 11:58:09

Tenho 25 anos e meu esposo costuma fazer um sexo muito demorado, quando
acredito que está chegando o ponto G do prazer, ele da uma paradinha para aguentar mais, não que não sinta prazer, o problema que chega um momento que fica cansativo e acabo sentindo um desconforto ao invés de prazer, já tentei conversar sobre o assunto mais parece que ele não entende.”

Durante séculos o prazer feminino não era considerado. Aliás, era combatido diagnosticado como possessão demoníaca ou doença chamada de furor uterino. O sexo era com objetivo reprodutivo e qualquer forma fora deste contexto não pertencia às mulheres sérias e de família. A expressão do prazer sexual feminino pertencia às prostitutas e loucas.

A partir dos anos 50, nos EUA, estudos científicos mostraram a naturalidade e necessidade do prazer sexual. Iniciou-se, então, um conjunto de informações educativas com intuito de mudanças de comportamento e paradigma sobre o relacionamento sexual. A necessidade da chamada “carícias preliminares” possibilita uma maior excitação feminina e consequentemente o prazer. Da mesma forma que se tentou educar os homens quanto ao controle ejaculatório ou diminuição da pressa em obter o seu orgasmo.  Da negligência ao prazer feminino passou-se a preocupação extremada em “dar” o prazer a ela, como se este fosse uma prerrogativa masculina, um presente, uma caridade. Ser bom de cama passou a fazer a mulher ter vários orgasmos, de novo o prazer no poder masculino. Não é bem assim. O prazer pertence à mulher. Ela precisa também se soltar, saber aonde é bom, compartilhar seus desejos, sonhos e preferências de carícias para que o Encontro seja verdadeiro e orgásmico. Às vezes o prazer em estar com o parcerio(a) está nos beijos e toques sem a obrigatoriedade do orgasmo. Cuidado para que a sensação maior não se torne uma busca persecutória.

Tenho falado em minhas palestras com casais e jovens, que as “preliminares” não são prévias para a penetração, mas o sexo em si. Ter e compartilhar o prazer do toque, do cheiro, dos beijos em todo o corpo e também nos genitais (não só!). A penetração é o encerramento do ato sexual uma vez que o gozo masculino, via de regra, encerra a intensidade e o ato em si. Contudo o homem precisa estar atento ao prazer da parceria, pois após o orgasmo perde-se o interesse em continuar na prática sexual. Nossa leitora nos diz que ele demora deliberadamente ocasionando seu desconforto. Talvez ele o faça pelo prazer que sente talvez pela crença errônea que tenha que demorar para ser bom de cama, enfim, ele deve ter suas  razões. O que me chama a atenção é ela avisar, pedir que seja diferente e ele insistir na manutenção do comportamento. Como fazer amor pensando somente em seu prazer? Como fazer amor sabendo que é incômodo para quem se diz amar? Curioso essa forma de amar!

Sugestão para leitoras e leitores em situações não prazerosas: primeiro converse bastante a respeito, não obtendo o resultado do combinado, interrompa a relação sexual. Essa atitude irá assustar e proporcionar uma nova atitude. Claro, evitando agressividade, ironia etc. Lembrando o que foi conversado e o quanto está satisfatório pedindo que encerre a atividade sexual e no próximo encontro lembrar o ocorrido e o desejado. 

HOMOSSEXUALIDADE
26/06/2014 11:31:03

 “Após um casamento de muito sofrimento, divorcio litigioso, descobrimos que nossa mãe tem um romance homossexual e não sabemos como lidar com isso”.

Recebo muitos e-mails de pais desesperados por ajuda em como lidar com a homossexualidade dos filhos, seus medo e preconceitos. Agora a inversão: Filhos jovens descobrindo que sua mãe está reconstruindo uma nova vida amorosa com uma mulher. Esse fato faz com que os filhos lidem com questões tabus: Homoafetividade e sexualidade dos pais. Há um mito que os pais não têm prática sexual e que o “ser mãe” é desprovida de desejos eróticos, vivendo para os filhos ou para o bem estar da família. Passam-se os anos e a força do tabu ou do preconceito resistem às mudanças.

Propicio palestras para adolescentes em escolas e pelas perguntas e debates que fazemos fica clara a “certeza” de que os pais não transam. Eles não conseguem imaginar seus pais fazendo o que eles veem em sites pornográficos. A falta da expressão afetiva na frente das crianças, a dificuldade em falar de sexo como algo natural na família mantem essas estereotipias.

Nossa leitora nos inquere se a mãe se tornou homoafetiva por causa dos traumas sofridos em seu casamento. Eu não acredito nessa possibilidade. Provavelmente essa mulher tinha seus desejos homoafetivos antes de casar, ou mesmo nunca se permitiu sentir tais desejos. Com o fim do casamento, o sofrimento obtido com o parceiro, os filhos crescidos e a presença de uma mulher companheira, amiga e amorosa foi o suficiente para permitir sentir o que antes era proibido. Ninguém se torna homoafetivos, nasce assim.

Sugiro que a família puxe o assunto e o mesmo seja esclarecido e aceito. Os filhos devem primeiro conversar sobre o fato, o que pensam, como sentem seus preconceitos e o que irão fazer se a convivência com a namorada da mãe se tornar necessária. Após chegarem a um acordo convidam-na para um papo aberto, afetivo e acolhedor, dizendo o quanto vocês a aceitam, o quanto querem o bem e a felicidade dela. Deem a oportunidade de fazer feliz a pessoa que viveu para a felicidade dos filhos. Agora é a hora dela!

Como todo relacionamento afetivo ela terá seus altos e baixos, términos, sofrimentos e novos amores e o apoio familiar é muito importante nessas horas. Ter com quem compartilhar seus medos e dores a fará mais forte para enfrentar a sociedade homofóbica, seus próprios preconceitos, enfim, ela terá muito trabalho pela frente e não devem ser os filhos que irão dificultar um pouco mais. Pensem nisso!

 

 

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