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carlosboechat2013

DIA DA VITÓRIA E INDEPENDÊNCIA?

Tenho 43 anos, um par de filhos, estou separada há 05 anos e recentemente me descobri amando uma mulher também mãe. Nosso conflito é grande do ponto de vista social e em contar para os filhos. Por que isso acontece e como contar para as crianças?


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Ouvi dizer, não sei se é verdade, que o dia 8 de setembro foi à derrota sofrida pelos índios e por isso o nome de Vitória em nossa Capital. Sucesso em cima de tanta dor.


Vinicius dizia:"...são demais os perigos dessa vida para quem tem paixão...". Até aonde sabemos a homossexualidade ou homoerotismo é uma dimensão humana, nascemos assim e de acordo com a família, sistemas repressores e cultura a que estamos imersos pode aparecer desde cedo ou mais tarde no indivíduo. Via de regra a pessoa homossexual tem consciência de seus desejos, de suas diferenças, mas a pressão do meio impede consciente ou inconscientemente a manifestação.


Nossa leitora nos traz condição complexa, ambas viveram com homens, boa parte de suas vidas, tiveram filhos, cumpriram com os ritos sociais tradicionais e em determinado momento, descobrem-se amando o mesmo sexo.


A maturidade permite assumir melhor os desejos, os traumas da vida conjugal, se houveram, quebram algumas regras e repressões e após encontros e desencontros deparam-se com seus reais e profundos sentimentos. Assumir publicamente será um peso social, não tenho dúvidas, mas a plenitude do amor e força da relação irá vencer, não sem dor, mas vence!


Quantos aos filhos, ambas precisam conversar bastante para saber as repercussões familiares e legais que os pais e a família deles poderão impetrar. Dependendo do drama familiar, características da separação e atual relacionamentos interfamiliar, pode haver brigas “para mais de metro” e “na luta do rochedo contra o mar quem sofre é o marisco". Avaliar com clareza e racionalidade, compartilhar com profissional da psicologia, com alguns membros familiares pode ser a melhor conduta.


Se a opção for contar é necessário que o façam antes da adolescência, se ainda for possível, de forma meiga, mostrando exemplos sociais de sucesso e aceitação. As crianças têm mais facilidade em aceitar mudanças. Ensinar como defender de agressões na escola, na família explicando a elas o quanto é difícil conviver com diferenças e o quanto o amor e o respeito valem a pena.


Em minha experiência clínica, os resultados tem sido positivos em relação aos filhos, principalmente se conseguirem apoio das famílias de origem inclusive dos ex-maridos. Quando essa nova construção afetiva é feita de forma amorosa, segura relatos de traumas infantis ou adolescentes não tem sido relatados.


Com ou sem massacres, a Vitória acontece e a Independência floresce em todo o território familiar.

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