“Sou casado há 13 anos, e eu e minha mulher ainda temos uma relação de muito amor e respeito. Só que o interesse sexual dela caiu consideravelmente, eu já tentei de tudo, mas ela não é mais a mesma. Informaram-me que estão lançando uma espécie de "viagra feminino", e que isso poderia salvar meu casamento. Isso é verdade? Ao que posso recorrer?”
A falta de desejo sexual tem sido uma disfunção sexual bem comum. De difícil tratamento por não apresentar claramente uma causa a ser trabalhada. Pode acontecer em homens e mulheres. Quando o corre no homem a perda eretiva se torna a principal queixa, mascarando assim uma problemática maior que é a falta do desejo.
Nosso leitor nos traz que eles têm uma relação de amor e respeito e mesmo assim há o desinteresse por parte da esposa. Primeiro é ele quem diz que há uma relação de amor. Não sabemos se esse amor ela também o sente ou está acomodada a uma relação conjugal sem tesão. É ele quem nos diz que há respeito, suponho que esteja se referindo a fidelidade conjugal, também não sabemos se é uma verdade da parte dela. Esses dois fatores precisam ser vistos e conversados com um profissional uma vez que é inviável a abertura de certos segredos nas relações amorosas, nem sempre o companheiro(a) suporta esse saber.
Na clínica é comum mulheres com esse sintoma apresentarem sinais de depressão, estafa ou stress. Há aquelas que estão cansadas com as triplas jornadas de trabalho, chegam em casa e ainda precisam dar atenção a filhos, casa e por fim ao marido. Geralmente, no final da noite ela não tem mais energia para o encontro amoroso. Quer banho, cama! O excesso de cobranças, desafios e resoluções de problemas, bem como o de informações e atividades, parecem tirar a mulher de seu foco, de sua sensação e percepção de si mesma. Ela precisa estar bem para funcionar sexualmente.
Sugiro buscarem ajuda psicológica, ir ao ginecologista para avaliações hormonais, conversar com o parceiro e filhos para dividir tarefas domésticas e organizar o tempo. Namorar um pouco mais sem a expectativa de genitalização. Dançar juntinho, passar hidratantes na pele um do outro, sair sem filhos pelo menos uma vez por semana enfim, aumentar a intimidade e a proximidade. Verifico que casais gastam mais tempo vendo os e-mails a noite do que conversando e tocando seu parcerio(a). Alguns chegam ao absurdo de escrever em mensagens as conversas que deveria ter por voz ou presencialmente. Quanto mais utilizamos esses recursos, parece que nos afastamos da intimidade. Além dos ruídos na comunicação que pode ocasionar uma vez que a informação escrita não tem o tom vocal necessário para certos entendimentos, comprometendo ainda mais a troca e o Encontro.
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