Mulher reclama de falta de carinho, romantismo por parte dos homens, inclusive de seu marido. Sua reclamação fala de que os homens só querem saber de sexo e são atenciosos somente com esse fim.
Vamos levantar algumas considerações:
As chamadas mudanças sociais nos relacionamentos ocorrem para ambos os sexos. Outrora era uma prerrogativa dos homens terem mais de uma mulher, terem amantes e até famílias. Com a entrada da mulher no mercado de trabalho e sua independência financeira aliada à pílula anticoncepcional, ela passou a ser dona de sua sexualidade e a expressar seus desejos. Esse fenômeno ajudou na melhoria das relações afetivas e sexuais do casal. O estudo das disfunções sexuais deu-se devido às queixas femininas em consultórios médicos, propagandas, filmes e extensa bibliografia descortinaram os "segredos femininos". Só na década de 80 e 90 que começou o estudo dos "mistérios masculinos".
Atendo a homens e mulheres e percebo que os homens estão bem inseguros com as investidas das mulheres e é comum eles relatarem que são elas quem convidam para o sexo, que avaliam se querem namorar somente após a primeira transa. Parece que o sexo é a base para amores futuros. Prerrogativas de outrora pertencem a todos, e isso tem consequências positivas e negativas como em tudo. Também existem homens e mulheres que querem afetividade com sexo. Não temos um tipo único de pessoas. Precisamos é acreditar e buscar o que desejamos. Como o sexo ficou mais fácil de obter, as pessoas estão aproveitando as inúmeras possibilidades apresentadas, com a máxima "se posso ter vários para que um só".
Tornamos-nos produtos de consumo e prazer. Da mesma forma que queremos celulares sempre novos e diferentes mesmo que não saibamos o que fazer com tanta novidade, assim fazemos com as pessoas.
Admito que superficialidade dos encontros tenha se tornado senso comum. Somos amigos de pessoas que nunca conversamos ou vemos, mas por estarem em nossas redes sociais, somos quase amigos de infância. Como eu sou das antigas, tenho uma referência diferente, mas admito que vamos nos acostumando com a superfície, respirações curtas, amores mornos, sexos casuais. A falta que nunca será satisfeita retroalimenta os comportamentos repetindo-os de forma quase compulsiva e cada vez mais vazia. Os amores e o sexo na linha bandejão satisfazem a fome, mas não o desejo.
Por outro lado, esse excesso é o inicio de um processo e rogo que logo todos se cansarão de ter amigos na net e começarão a procurar o toque, a pele, o olhar, a gargalhada ouvida e não teclada. Penso que tem espaço para todos, que cada um busque sua "tribo" sem ficar interessado na tribo alheia ou a transformar as pessoas aos seus desejos. As pessoas são o que são. Se der liga conosco, que lindo! Senão haverá outros possíveis. Transformar as pessoas a nossa imagem e semelhança é coisa de Deus e não dos seres humanos.
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