“Tenho 32 anos e ainda não consegui ter prazer sexual, meu namorado diz que eu sou muito travada e que precisava me soltar. O que ele quis dizer com isso?” (mulher 32 anos).
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O que ele quis dizer com isso, não sei! Afinal só sabe quem o diz. Complexo pensar o que é ser uma mulher solta ou travada. Alguns homens, educados sexualmente por filmes pornográficos ou sexo virtual tem nas suas musas assistidas o modelo para suas mulheres reais. Esses, via de regra, estão sempre à busca da mulher perfeita na cama julgando de maneira muito tendenciosa suas parceiras casuais. Importante lembrar que tenho ouvido muitos relatos masculinos de que esse tipo de mulher “muito solta” não serve para casar e sim para namorar ou ficar. A justificativa é que essa mulher pode ser infiel com facilidade e avaliar seu desempenho. Admito certo incômodo quando ouço essas alegações, pois na minha cabeça, seria importante casar com uma mulher solta, com forte desejo sexual pois assim teríamos uma relação mais prazerosa, alegre e quem sabe duradoura. Acredito que o homem pensa assim por projetar na mulher suas próprias ações e desejos. “Ela fará o que eu faria ou faço”.
Uma mulher solta na cama, no meu entender, é aquela que gosta do que faz que não se intimida em tocar, criar, agir na relação. Sabe pedir, conhece seus pontos de prazer levando seu parceiro a tocar seu corpo de forma adequada. Além de ser atenta aos prazeres dele. Cada um buscando o seu e tendo prazer no gozo alheio. Seria uma troca de egoísmos levando ao orgasmo e a junção de almas como lucro final.
Na nossa cultura a mulher é educada para ser mais comedida e assim não assustar os homens e não ser rotulada de mulher “vadia” pelas “amigas”. Esses conflitos entre o desejo de expressar e as reservas culturais tendem a travar a espontaneidade do Encontro. Sugiro que os casais conversem, verbalmente, sobre o que pensam de tudo isso. Avaliem os medos e expectativas de cada um no encontro amoroso. Quais valores machistas e tradicionais cada um carrega e dessa forma, traçar um fazer adequado aos dois.
Sugiro que ambos conheçam mais sobre sexualidade, sensualidade e principalmente sobre seu corpo. Para as mulheres seria interessante se tocarem com mais frequência, descubram outras áreas de prazer, percebam como seus genitais reagem aos mais variados estímulos, pois só assim será possível compartilhar essa informação com ele. Lembrem, poucos homens conhecem verdadeiramente uma mulher. Boa parte conhecem mulheres imaginárias e estereotipadas das conversar de botequim. Caso a sensação de travar continue sugiro psicoterapia para compreender todo esse processo.
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