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SEXO NA ADOLESCÊNCIA

Na semana passada estive na cidade de São Gabriel da Palha palestrando sobre sexualidade com cerca de 250 jovens estudantes do ensino médio na faixa etária de 16 a 23 anos. Eles fizeram uma pequena pesquisa sobre a conduta sexual. Apresentei os resultados fazendo as devidas considerações e abri para perguntas, que pelo volume, ficamos conversando por 4 horas seguidas.


O grupo pesquisado compunha de 138 mulheres e 106 homens e, em sua maioria com 17 anos. A maior parte das mulheres estavam com namorado fixo (52,17%) e os homens sozinhos(46,7%). Curiosa essa diferença, parece que para as mulheres, namorar é mais importante do que para os adolescentes masculinos que envoltos em sua imaturidade, medo de envolvimento tendem a preferir contatos fortuitos e casuais.


A grande maioria dos jovens pesquisados (acima de 70%) de ambos os sexos acreditam que o a relação sexual deve acontecer durante o namoro e antes do casamento e preferencialmente na faixa etária de 16 a 17 anos. Durante o debate o conteúdo das perguntas deixava claro que esses jovens desconhecem a anatomia do prazer feminino, tem a noção de que uma relação sexual é igual às cenas de filmes pornográficos afastando-os da realidade das sensações e das reais possibilidades sexuais. Essas fantasias aliadas à ignorância geram ansiedades, conflitos e disfunções sexuais como a ejaculação precoce e a falta de orgasmo feminino.


A prática masturbatória é mais frequente nos homens 63,60% do que nas mulheres 7,24%, perguntando a plateia moças apontaram que a masturbação não era importante uma vez que o orgasmo só tem sentido com a pessoa que se gosta. Claramente a construção sócio histórica da sexualidade com amor afastando a ideia de sexo por sexo como é comum aos homens. Para os homens a ideia da prática sexual solitária ou acompanhada é amplamente divulgada como a afirmação da masculinidade e virilidade.


Durante o namoro o sexo é essencial para 52,89% das mulheres e 73,80 % dos homens. Percebo que a diferença entre os gêneros a cada ano diminui. Embora com toda a ideia tradicional do sexo com amor e com o casamento, cada vez mais as jovens estão aceitando e querendo conhecer o prazer e desmistificando o valor da virgindade. Mas isso traz consequências.


Quando fazem sexo penetrativo 26,81% das mulheres 46,70% dos homens utilizam o preservativo. As mulheres, que fazem sexo com seus namorados, não utilizam o preservativo por acreditar na palavra do mesmo quanto à possiblidades de contaminações. Por amar, se entregam sem proteção. Para homens e mulheres jovens a preocupação é maior com a gravidez do que com contaminações. Penso que isso é algo preocupante e corrobora as estatísticas do Governo Federal que aponta um aumento da contaminação pelo vírus do HIV na faixa etária de 12 a 17 anos. Debatemos muito com esses jovens a necessidade da prevenção. Fazem sexo, querem agir como adultos, mas a ideia mágica “comigo nada acontece” prevalece. O secretario de saúde do município estava presente a ressaltou o aumento dos casos de HIV e Sífilis e os convidou a participarem de uma ação da secretaria que fará exames gratuitos.


Extremamente importante, a meu ver, que ações de informação sobre sexualidade, divulgação sobre métodos preventivos precisam acontecer de forma mais massificadora para aumentar comportamentos saudáveis e diminuir fantasias errôneas.


O próprio programa do Novembro Azul, precisa mostrar de forma clara aos homens que o exame de próstata pode ser feito por coletas de sangue e ultrassom abdominal e que o temido toque retal só acontece se apresentar algum dado nos exames anteriores. Os homens morrem de câncer de próstata por machismo, creio que as informações precisas do procedimento dos exames preventivos poderiam ajudar bastante.

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