“Tenho 26 anos e não tenho desejo sexual” (homem 26)
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Em um e-mail extenso, o leitor relata que é casado, 26 anos e que sempre teve baixo interesse sexual inclusive masturbatório, casou achando que aumentaria por causa do amor, da disponibilidade e por achar sua esposa atraente. Apresenta perdas eretivas.
São Várias as possibilidades. Necessário que homens e mulheres portadores de disfunção sexual do desejo façam dosagem dos hormônios sexuais, hipofisário, tireoidiano, cortisol, além dos hemogramas tradicionais. Alimentação adequada e exercícios físicos são muito úteis para melhorar a condição física para o sexo. Se tudo estiver dentro da normalidade e a atividade sexual não se fizer satisfatória a psicoterapia sexológica se faz necessária.
A disfunção sexual do desejo pode ser primaria quando o individuo nunca teve desejo sexual. Geralmente de causa orgânica ou fortes repressões e traumas infantis. Secundaria quando cessa o desejo após experimentá-lo por algum tempo. A origem pode ser hormonal ou psicológica.
Nas origens psicológicas encontramos mais comumente traumas infantis através de abusos sexuais, repressões religiosas que pregam o sexo como pecado ou cheio de normas de condutas que transformam o prazer em compromisso e peso em sua expressão. Temos ansiedade de desempenho, medo de não agradar, de não ser bom de cama que leva o(a) jovem a travar sua expressão amorosa. Atualmente percebo jovens que por assistirem em demasia a filmes pornográficos, acreditam que a vida sexual é uma copia destes. E é claro, que isso não é possível, portanto, a ignorância ou desconhecimento do próprio corpo e do corpo da parceira(o) contribuem para o desencontro do amor e da cama.
A primeira sugestão que dou a pacientes é que combinem com quem ama a ficarem um período de tempo conhecendo os próprios corpos. Fazendo carícias sem o compromisso de genitalidade, penetração etc. Assim prestando atenção ao que sentem, ao prazer que a pele propicia, ao cheiro, ao olhar a excitação volta com mais força e principalmente, o sexo passa a ser algo natural (como é!) e tranquilo e não uma tarefa de performance a ser avaliada. Sexo é encontro.
Há casos que não são simples de tratar. Problemas emocionais inconscientes, traumas profundos; que uma psicoterapia mais detalhada e longa se faz necessária. Cada ser tem sua complexidade, sua forma de encarar e resolver seus problemas e angústias. Não temos uma receita pronta. Se simples fosse, não seria necessário o profissional.
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