“Após um casamento de 26 anos meu marido de 50 anos saiu de casa para namorar uma mulher mais jovem. Sou uma mulher sexualmente ativa e atraente. Por que os homens são tão galinhas, não considerando os anos de relacionamento?”
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Discorrer sobre esse tema necessitaria de espaço de livro em vez de jornal. Vou ater-me à questão sexual embora um conjunto de fatores sociais seja crucial para o entendimento.
Os homens são constituídos sócio historicamente como seres competitivos, resquícios dos caçadores primitivos, embora com séculos de evolução social essa característica se mantém uma vez que é sucesso na sobrevivência da espécie.
Com o passar dos anos, o homem começa a ter queda na produção de testosterona (hormônio sexual), tendo uma diminuição de desejo ou da resposta sexual (ereção/orgasmo).
Os anos de casamento monogâmico faz com que a experiência sexual torna-se repetitiva, monótona e pouco atraente, por mais bela que sua a parceira seja. Não é a beleza em si que leva o homem a buscar novas parceiras, mas a sedução, a conquista e uma sensação de estar no “páreo” com os outros machos mais jovens. Exemplo disso são casais de atores igualmente belos que traem ou buscam novas parcerias sexuais ou amorosas.
A busca por uma mulher mais jovem, além de ser um troféu a ser exibido para outros homens, trás uma resposta sexual rápida, e mais intensa o que já não acontece com sua parceira uma vez que a repetição do estimulo diminui a força da resposta sexual. Observamos em letras de música “para burro velho o melhor é capim novo” fortalecendo ideias machistas que normalizam comportamentos não levando em consideração a mulher, como se somente ele pudesse expressar sua sexualidade.
Comportamentos adolescentes também são observados nesta fase tais como: frequentar locais onde os amigos ou jovens estão; carro conversível; músicas que outrora criticava e roupas que pertençam à outra geração. É um grito desesperado por uma juventude perdida, não vivida ou até mesmo uma rejeição da idade que tem, resistindo às características da idade em vigor.
E, gostaria de lembrar também, que aos 50 anos um homem conseguir sentir uma paixão ou amor que só sentia na juventude, traz uma forte sensação de vida, de reiniciar, de valer à pena viver. É uma recarga na pilha da vida, que já estava baixa na falta de expectativa pelo “vir a ser”. Viver com intensidade esta fase da vida, trás de volta os sonhos e desejos... E isso.... É delicioso.
Evidentemente, não justifica a dor de nossa leitora, só explica, embora não conforte. Hoje temos também as mulheres reconstruindo suas vidas, com rapazes mais jovens ou mesmo aprendendo a serem felizes sem a necessidade de um homem. Nós, os homens! Ainda necessitamos da presença da mulher ou da família que ela representa.
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