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carlosboechat2013

SEXUALIDADE DA MULHER

No artigo de domingo tratei de alguns temas que foram apresentados pelas mulheres de São Domingos do Norte. Tal artigo suscitou muitas observações e um frenesi interessante. Por coincidência encontrei duas dessas mulheres no almoço de domingo e aprofundamos algumas questões.


Uma mais nova linda como uma madona renascentista, pele alva, elegante e silenciosa. Profissional da área da saúde e.... solitária, sem namorados ou um “ficante” como muitos chamam. A outra também bela, interessante, elegante, mais madura e também sem ninguém. Por força do destino, fomos servidos por um garçom que é protótipo do desejo de muitas mulheres e porque não dizer dos homens também. O alvoroço na mesa foi geral, até minha filha de 15 anos ficou agitada, olhinhos orbitando. Observaram os olhos, o sorriso, a atenção que nos dava e, em tempo de Copa e de Hulk, o bumbum do rapaz, tempinho depois não aguentaram e falaram do suposto volume dizendo que o mesmo era bem servido de frente e de traz.


Creio que a conta subiu um pouco mais uma vez que a quantidade de agua, refrigerante e até sobremesa, para elas que estavam de regime, foi pedido pouco a pouco, cansei de contar às vezes que o rapaz veio à mesa. Instiguei um pouco mais e perguntei o que as atraiam além da beleza física? foram unânimes, ele tem um ar de safado, de carente, de quem não vale nada... Na suposta inocência indaguei se era isso que elas queriam de um homem? Claro que não se fosse para ser namorado, mas para uma saída, uma ”pegada” um sexo casual ele é tudo de bom. Sem melindres, sem cerimonias, sem respeito. Então vocês mulheres pensam semelhante a nós homens nestas questões? Elas assustaram com a comparação. Para namorar ou algo sério um cara bacana é mais polido, comedido, mas com decisão e principalmente sabendo o que quer. Desta forma ser um cuidador, mantenedor da fêmea-parceira. Para o sexo algo mais intenso, sem barreiras, mas ao mesmo tempo desejado que esse “poço de hormônio” pudesse ser o príncipe dos salões de dança da infância perdida.


Complexo esse mundo! A carência sexual nos faz escolher o(a) parceiro(a) com pouca racionalidade. O impulso toma conta e corremos o risco de apaixonarmos pelo momento, pela conquista podendo assim quando o encontro passar, estarmos presos a uma ilusão de amor e de satisfação da carência e não a realidade, ou seja como o conquistador ou conquistado realmente é. Vemos e sentimos tudo para permanecer no foco deste desejo, relegando toda e qualquer realidade que possam ser apresentadas. Simplesmente estamos cegos. O sexo torna-se maravilhoso, o amor torna-se eterno. Até mesmo o risco de contaminações corremos, pois na intensidade da pegada o preservativo é a última coisa a se pensar.


Quando começamos a ponderar sobre essas coisas e a perguntei a elas se sabiam como é a vida de um garçom? Seus horários disponíveis para possíveis encontros, seu salário para possíveis saídas e o assédio que ele sofre e sofrerá mesmo estando namorando, se dariam conta de uma relação assim? Olharam para mim com caras bravas e disseram, educadamente é claro: deixa de ser chato, agente só estava olhando e sonhando que mal há nisso? ”Rimos muito”. Trazer a realidade é fazer sumir o devaneio. Ao deixá-las em casa, não resistiram em dizer “mas que é uma delícia é mesmo!”

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